segunda-feira, 6 de julho de 2020

trompas

absorvida pelas paredes
o vento inundado por impurezas
se cobrindo de incertezas
o medo constante
o silêncio berrante
vidrada em mim
esquecendo o mundo
ir pra dentro, mais ao fundo
reconhecer
interceder
adormecer
e voltar do início 

domingo, 16 de abril de 2017

hoje eu ouvi sua voz


te ouvi
você ria, falava de um jeito fofo
eu esqueci
me culpo, mas a lembrança sumiu
passei um tempo buscando em mim, você
e ali estava
escrever sempre foi um remédio
cicatriza
mas dói
muito
quero ver você
quero te ter de novo
hoje eu vi ouvi sua voz
mas o que ficou foi apenas o silêncio

sexta-feira, 11 de setembro de 2015

e já se foram meses

Tornei o mais impeto dos afazeres minha rotina
fiz telhados de vidros se estilhaçarem dentro de mim
essa fome de ti ter de novo me seca a garganta
eu queria esquecer a escrita e as lagrimas
mas como fugir de você
seu sangue inunda meu ser
seu cheiro se foi
eu tornei o mais impeto dos afazeres minha rotina
eu esqueci de te amar.

quinta-feira, 20 de junho de 2013

prefiro camélias

Sobre as rosas e suas cores derivadas de sonhos, aqui estou pra te alertar o quanto arde apertar uma rosa enquanto você tenta sentir seu perfume. Rosas perdidas em um bailar constante dos segundos, rosas vermelhas como o sorriso da moça que de seus pensamentos pesam. Rosas belas e perturbadoras. Embrulhadas com uma fita laranja pra impressionar. Aqui estou pra te alertar o quanto fere encostar-se a seu ombro e chorar. Pois rosas não tem ombros, e nem tempo. Rosas chamam atenção até o outono. Rosas chamam o outono até se tencionar. Rosas delicadas se despedaçando a cada dia, ao olhar dos nobres que nela depositavam a paz. Mas logo vêm novos brotos, novas pétalas, novos abraços, novos sorrisos, novos desesperos. Até que a flor desapareça em meio ao jardim, levando com ela os suspiros de quem mais amou. Aqui estou pra te alertar.  

sábado, 15 de junho de 2013

Seriam os mesmos

Velhos medos
Levados a sério
Como aquele senhor
Que aproveitamos
Pra oferecer o lugar
Como aquelas mãos
Enrugadas depois de
Passar horas no banho tórrido
Como aquela sensação
Estranha de quando se olhamos
No espelho e não nos reconhecemos
Velhos leais e rústicos medos
Que retornam toda vez
Quando as luzes apagam
Quando os gritos ensurdecem
Velhos condenados e lúdicos medos
Que bom vê-los por aqui




terça-feira, 11 de junho de 2013

Senão o último

O primeiro estagio da mocidade
O primeiro grito da promiscuidade
O primeiro impasse dos famintos
O primeiro toque dos meninos
O primeiro olhar desaprovador
O primeiro ar de vencedor
O primeiro texto com erros
O primeiro acerto conte-los
O primeiro final confuso
O primeiro apelo intruso
O primeiro ponto difuso

O primeiro.